Cada dia mais gente tem escrito em blogs. Já faz um tempo que eu leio alguns de brasileiros que moram fora do país, “qui nem qui eu”.
A jornalista Bárbara Axt, mantém um blog em português e um outro em inglês. Ela escolheu Londres para completar seus estudos e estes dias escreveu sobre como se sentia no Rio de Janeiro antes de ir para as terras da rainha. Entedo a sua doideira. Eu sou carioca e também estou no exterior. Apesar da grande diferença de destino.
A Tunísia é um agradável país no norte da Ãfrica onde todos bancam os “ishperrtos”, só que com um árabe afrancesado. Os caras são muçulmanos, mas a maioria só pratica o bastante para o vizinho achar que ele é um bom muçulmano. Em seis meses aqui a única livraria que encontrei foi o Carrefour.
Antes eu estava em Angola. Acho que tem um post do ano passado falando sobre minha dificuldades de achar livros em Luanda. Pois é.
A cultura da burrice a que a Bárbara se refere não é exclusividade brasileira. O mundo cultua a burrice, ou melhor a ignorãncia.Eu sempre devorei livros, e quando morei na Itália meus amigos universitários achavam isso estranho e bizarro. Hoje tenhos colegas de trabalho, europeus, de menos de 30, que não sabem a diferença entre adjetivo e substantivo, e não conseguem conjugar verbos na própria língua. Saio em defesa do Rio, onde há muita sujeira nas ruas, patricinhas e mauricinhos mal-educados, povão ignorante de dar dó, mas onde se pode comprar um livro, ir ao cinema, curtir um teatro. Na maior parte do mundo, não é bem assim.
É claro que não somos, nós brasileiros, exemplo de cultura e civilidade.Vivemos em um mundo de absurdo constante, em um universo paralelo de violência e mentiras. O presidente da República, eleito e reeleito, não é exemplo nem de cultura, nem de ética. Viver entre a realidade de “Tropa de Elite” e o mundo de fantasia do “nunca-antes-neste-país” é no mínimo um exercício para a sanidade mental das pessoas. Na Tunísia você pode deixar o carro aberto e ir comprar pão. Ninguém toca. Mas ái de você de se envolver em política ou acessar sites “proibidos”, com opiniões divergentes das do governo. Cada buraco com sua lama, diria o filósofo…
De qualquer modo, Bárbara, parabéns pela cara e pela coragem. Acho que é saindo e vendo o mundo é que crescemos.Já eu continuo mancando por esse deserto doido, que me leva sempre para um buraco diferente… Quem sabe onde eu vou parar?
Só sei que semana que vem desembarco no Rio para curtir o natal no calor! Saravá!
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