Almoço em La Goulette

Ontem foi um dia meio fora da rotina. Como não tínhamos muito trabalho, eu e um colega resolvemos ir almoçar numa área turística chamada La Goulette. É realmente uma zona bonita, perto do porto, com uma praia pequenina, um calçadão, restaurantes, hotéis e turistas.

Eu já tinha ouvido falar que por ali havia alguns bons restaurantes de frutos do mar, e estava doido para provar, eu só não sabia qual. Meu colega leu o nome de um e disse: Esse aí é bom, já ouvi falr maravilhas dele.

Uma grande decepção. O lugar tinha uma decoração escura, que nada condizia com a praia na frente. Na tentativa de ser luxuoso, ficou kitsch, com umas estranhas estátuas de negros tocando instrumentos de jazz e máscaras africanas penduradas nas paredes vermelhas. Não havia uma só mesa ocupada. A TV ligada em um canal de músicas polonês dava um toque ” Além da Imaginação” ao restaurante. Estávamos para entrar em uma outra dimensão.

Eu logo não gostei do restaurante. De perto se podia ver a sujeira, as manchas nos estofados e nas toalhas de mesa, a poeira acumulada nas mesas… Meu colega parecia não notar. Ponderei que podíamos procurar outro lugar para comer, mas ele preferiu ficar por ali mesmo.

Acabamos por pedir um mixto de frutos do mar. Demorou mais ou menos meia hora, e quando chegou, mais uma decepção. O prato, bem servido para dois, trazia os frutos do mar pingando óleo… Quando dei a primeira mordida no camarão, fiquei mal… Não tinha gosto de camarão, só de alho. O mesmo a manjubinha, o mesmo a lula, o mesmo tudo. Chamei o garçom e perguntei se era normal esse gosto todo de alho e ele disse que na receita não levava alho. Ou seja, aquela bosta toda tinha sido fritada em algum óleo reaproveitado, com gosto de alho… Eu gosto de alho mas e embrulhou tanto o estômago que larguei o almoço lá…

Enquanto o outro comia o meu prato e o dele, fiquei observando o movimento fora do lugar. Passavam alguns turistas, poucos ainda. Um ou outro parava na porta, olhava o menu, e depois de um pouco de indecisão, acabava por ir embora. Foram mais sábios do que eu… Foi aí que me toquei de perguntar ao cara quem é que tinha dito que aquele morre-aqui cái-ali era bom…

– Ah, sim… Foi o motorista…

Da próxima vez, o restaurante escolho eu…

Fundamentalistas Mórmons

Hoje acabei esbarrando em um documentário sobre os mórmons fundamentalistas. Dá medo ver como esses doidos se proliferam nos EUA. Controlam cidades e corporações e os governos fazem vista grossa para as práticas ilegais recorrentes nestas comunidades, como a poligamia.

Quem tiver tempo e interesse, faça uma visita. O documentário é em Inglês.

Fluzão segue na libertadores

Em um jogo de arrepiar o Flu ganhou de 3 a 1 o São Paulo e continua na Libertadores! Força Flusão!

Fluzão segue na libertadores

Em um jogo de arrepiar o Flu ganhou de 3 a 1 o São Paulo e continua na Libertadores! Força Flusão!

A biblioteca…

No meu apartamento no Recreio dos Bandeirantes há dois quartos: o quarto do casal, e o quarto de visitas. O quarto de visitas funciona mais como um escritório e é onde tudo se entulha. Há computador, impressora, material de escritório, documentos, papéis a não ter fim e livros, muitos livros. Por baixo eu e Carol devemos ter juntos uns 300 livros, sem contar as revistas, que vão de National Geographic até quadrinhos. Está tudo entulhado em uma estante que não foi pensada para comportar tantos livros. A livralhada toda jogada e apertada na estante deixa o aspecto do escritório bem desarrumado. Temos um real problema de espaço. Com a possibilidade concreta de em um futuro próximo irmos parar em algum país da África, pensamos em “esvaziar” o escritório, ou ao menos deixá-lo mais arrumado. Além de jogar muita porcaria no lixo, precisamos arrumar melhor os livros, provavelmente em um móvel novo. Eu acho que o ideal é arruma um móvel com porta, para proteger os livros da poeira, que fatalmente vai acumular em um apartamento fechado.
 
Nesses momento de mudanças surgem algumas oportunidades de melhorar as coisas. Já há alguns anos que eu tinha a idéia de organizar a biblioteca, catalogar os livros no computador, até para se ter uma visão mais clara de tudo aquilo que nós temos. Mas a trabalheira danada e a falta de uma ferramenta que facilitasse a inserção dos dados de cada livro sempre me fizeram deixar isso pra lá. Hoje em dia há uma série de programas que automatizam esse trabalho ao máximo. Com o auxílio de um leitor de código de barras ou mesmo de uma webcam adaptada parar ler código de barras, é possível consultar a Amazon, a Biblioteca do Congresso Americano e tantas outras fontes, e pegar os dados dos livros. Se o livro não tem código de barras, os programas procuram pelo ISBN do livro e completam todas as informações básicas e em algumas vezes até mesmo a foto da capa do livro. Usa os serviços da megalivraria online Amazon ou de bibliotecas que liberam a pesquisa em seus bancos de dados através do protocolo Z39.50. Maravilhoso!

Mas nem tudo são flores. Apesar de termos acesso ao catálogo da Biblioteca Nacional online, nāo é permitido o acesso direto ao banco de dados. E entrei em contato com a BN por e-mail em 2006 perguntando pelo acesso:
Data: Sun, 25 Jun 2006 23:54:16 -0300
De: viniciusxp@…
Assunto: Fale Conosco
Para: pesquisa@bn.br

Mensagem: Gostaria de informações de como obter permissão para a
utilização do servidor que disponibiliza a visualização do acervo da
Biblioteca Nacional, através dos protocolos YAZ e Z39.50.

Está disponível o acesso para pessoa física?

Desde já agradecido,

Vinícius

A resposta veio depois de alguns dias:
Em 26/06/06, pesquisa@bn.br < pesquisa@bn.br> escreveu:
> Sua mensagem está sendo redirecionada para a Coordenadoria de Informação
> Bibliográfica.
> Atenciosamente,
> Eliane Perez
> Coordenadoria de Pesquisa

E essa mensagem ficou sem resposta… Acabou que fui para Angola, vim para a Tunísia e o assunto foi deixado para segundo plano…

Mas depois de ler uma entrevista no JB do Sr. Muniz Sodré, presidente da BN, , falando sobre a digitalização da Biblioteca, resolvi tentar novamente:
para: presidencia@bn.br
data:wpid-cleardot-2008-05-11-11-37.gif3 de janeiro de 2008 04:31
assunto: wpid-cleardot1-2008-05-11-11-37.gifAcesso informático à Biblioteca Nacional

Bom dia,

gostaria de obter uma resposta a esta solicitação, enviada ainda em
2006 à biblioteca. Tenho ainda interesse em obter o acesso ao banco de
dados da BN. Li em O Globo que o Dr. Muniz Sodré está trabalhando pela
digitalização do acervo.
É possível o acesso às pessoas físicas?

Agradecido,

Vinicius Provenzano

A resposta chegou alguns dias depois:
de wpid-cleardot2-2008-05-11-11-37.gifLiana Gomes
para wpid-cleardot3-2008-05-11-11-37.gifviniciusxp@
datawpid-cleardot4-2008-05-11-11-37.gif7 de janeiro de 2008 15:19
assuntowpid-cleardot5-2008-05-11-11-37.gifAcesso as bases de dados da Biblioteca Nacional
Prezado Senhor,
Vinicius Provenzano
 
Em relação a sua solicitação de acesso aos serviores de dados da BN através protocolo Z39.5, vimos informar que o acesso as bases de dados de imagens da BN Digital) estão disponíveis somente para consulta, não sendo permitido o download de registros.
Atenciosamente,
 
Liana Gomes Amadeo
Diretora do Centro de Processos Técnicos
Fundação Biblioteca Nacional

Não fiquei satisfeito com a resposta e liguei para a Diretora Liana Gomes Amadeo. A princípio me pareceu incomodada com minha solicitação, mas depois de entender melhor minha motivação se mostrou muito gentil e me explicou que a BN disponibiliza este tipo de pesquisa somente a algumas poucas instituições afiliadas/conveniadas. Percebi que havia uma preocupação em preservar a Biblioteca Nacional de ter seu banco de dados roubado, talvez por um Google qualquer. Não tendo o que mais discutir desliguei o telefone.

Como esse problema de organizar minha biblioteca é recorrente no meu caso, deve ser no caso de outros. E mesmo de verdadeiras bibliotecas, públicas e privadas, nas escolas e cidades por este país afora. Como seria mais prático ter acesso a esse acervo de forma mais simples!

A Biblioteca Nacional já tem o serviço funcionando. A página de catálogos consulta este serviço para exibir seus resultados. Mas este serviço deveria ser aberto ao público, preferencialmente de forma gratuita. Façam um espelho do banco de dados, vamos progredir!!!!!

Ministro Gil dá uma força aí!

Quem sabe um dia…