Hoje, passando pela Praça XV, parei em uma banca de jornal para comprar O Lance. Hoje tem Fla-Flu e eu estou me programando para assitir o jogo no Maraca. A banca, não estava com os jornais em exposição nas laterais, como todos os dias. O jornaleiro me disse que não os estava mais colocando, pois um bando de pivetes estava se aproveitando da aglomeração de pessoas ali para assaltar os leitores.
Este mês escolheremos quem será o ocupante da cadeira de governador do Estado do Rio de Janeiro, se será Denise Frossard, do PPS, apoiada pelo prefeito César Maia do PFL, ou se será Sérgio Cabral filho, do PMDB, apoiado pelo casal Garotinho. Nos últimos anos a política do Estado está sempre entre estes dois feudos políticos, César e Garotinho, com vantagem para o último. Denise e Cabral, porém, apesar de apadrinahdos pelos caciques, não são criaturas destes e podemos esperar de ambos uma certa autonomia. Mas é evidente que seja qual for o eleito, a política de segurança deve urgentemente ser revista.
Pela Praça XV passam dezenas de milhares de pessoas por dia, vindas de todas as partes do Rio e também de cidades vizinhas, como Niterói. É certamente uma escolha lucrativa para a atuação dos larápios. Mas os pivetes que estavam assaltando os leitores da banca de jornais não são larápios pura e simplesmente. Fazem parte de uma população de rua que faz da Praça XV e entorno sua casa, que dorme debaixo do elevado da perimetral, que conhece cada pedrinha portuguesa dali. Não poucas vezes, quando tenho que chegar cedo no Centro da cidade, os vejo acordando, urinando, defecando e até mesmo “namorando” enquanto o dia nasce. Sublinhe-se que não são apenas jovens, mas também adultos e idosos os moradores da Praça XV.
A responsabilidade por tirar estes pobres-diabos das ruas, sejam eles marginais ou não, é da prefeitura. A responsabilidade por impedir que os mesmos assaltem e furtem, é da Polícia Militar, que responde ao governo estadual. As ações deveriam ser feitas em conjunto, mas não o são. A Praça XV é apenas um exemplo de fácil identificação da falência da interação entre Estado e Prefeitura, e da falência das políticas públicas de César e Rosinha Garotinho em relação à segurança.
O pobre jornaleiro, com a atitude agitada de quem está angustiado, me pediu desculpas pela situação. E eu me perguntei em quem devo votar para Governador, neste segundo turno. Até agora só ouvi falar da grande violência, gerada pelo tráfico de droga, cuja origem cada esfera do poder joga para a outra. Mas e os pequenos crimes, os pequenos furtos, que ocorrem nos ônibus, nas praças, nas esquinas? Qual é a desculpa para que não sejam combatidos com a firmeza que a lei proporciona? Como fazer a profilaxia para que não ocorram?
Casi Denise e Cabral não se pronunciem mais uma vez o votar se tornará um parto, e a escolha uma roleta russa.
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