Programa de índio em pleno domingo

Este domingo estive na Zona Sul, e resolvi almoçar com amigos de amigos. Eu queria ir ao Aurora, comer uma lula com arroz e brócolis deliciosa, barata e rapidinha. Fui voto vencido e acabei no Baixo Gávea, no Braseiro da Gávea, ponto tradicional da galera zona sul. Quando chegamos fiquei contente, estava lotado! O bom senso diz que, nestes casos, o melhor é ir a um outro restaurante, e o Aurora já estava na ponta da língua. Qual não foi minha surpresa ao perceber que minhas companhias estavam mais do que satisfeitas com a situação! Pediram chopp em pé, bolinho de bacalhau, as cucuias e eu, em cólicas de cólera! Uma hora e meia do meu domingão, de pé, esperando para gastar um baba, com um rango que não é nem tudo isso! A única e última vez. Na próxima serei mal educado, pego o carro e pico a mula.

Dentro do restaurante os garçons atabalhoados são incapazes de te atender de forma decente, afinal, se você esperou em pé esse tempo todo para comer, pode esperar mais um pouco. Derepente uma mesa de globais se forma com agilidade! Sem espera os atores e atrizes são logo atendidos. Tiveram a preferência pois são globais.

Esse “favorecimento” não é o que me deixou mais perplexo. Isso eu já conhecia faz tempo, é de praxe em casas “da moda”, nem que seja da moda alternativa do Baixo Gávea. O que me deixou em estado de choque foi o comportamento das pessoas na nossa mesa. Começou um “Olhá só quem chegou!”, logo seguido por uma série de versões sobre casamentos, namoros, uso de drogas, vida pessoal, aparência e afins dos famosos. Que vergonha, que chato.

Eu era o único carioca na mesa, e ainda tive que conviver com uma série de afirmações sobre os “cariocas”, de gente que vive no RIo a 10 anos, mas nunca saiu do “circuitão” zona sul, qualquer que ele seja. Pessoas que vivem se alimentando de esteriótipos, que afirmam as coisas de forma leviana, sem maldade, mas sem conhecimento. Foi triste. Foi chato. Foi irritante. Me custou muita paciência não ser mal educado.

Depois do almoço me acalmei, de barriga cheia, deixei o povo chato para trás e acabei no Rio Design tomando capuccino e comendo bolo de banana. Que paz e felicidade!

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