Cheguei há pouco em Bikernau, o nome carinhoso que dei ao lugar onde trabalho. Acredito eu que a estrutura das casinhas aqui seja bem parecida com as de Bikernau, o campo de extermínio alemão, uma parte de do Campo de Extermínio de Auschwitz. É claro que aqui não se mata ninguém, há um calor desértico neste início de ano e não um frio glacial, mas para mim, estar há 30 minutos de carro de qualquer restaurante decente, é realmente um inferno. Ou seja, sem desrespeitar as vítimas do Holocausto, quero registrar que este emprego para mim é uma pena sem que eu tenha cometido um crime, e não um trabalho. Só isso.
Eu ainda preciso achar tempo para escrever no Camelo Manco com mais frequência. Ontem eu até tentei parar um minuto para escrever umas linhas, mas o dia foi demasiado agitado, toda hora alguém me interrompia ou eu precisava sair de perto do PC. Algumas idéias boas eu tive na volta para casa, quando os colegas de trabalho, durante o longo trajeto de 1:30 entre Bikernau e a civilização, se entregam a Morfeu embalados pelo chaqualhar da Van e pela caótica sinfonia de buzinas, sirenes e algumas vezes “fogos de artifício”.
�? nas linhas vermelha e amarela que consigo pensar e me concentrar melhor. Ali, naquela veia aberta em meio à pobreza e à imundície da Baía de Guanabara, que na cabeça fecundam idéias. Algumas escrevo em meu Palm, a maior parte se perde entre os automóveis e lotadas. Estou pensando em fazer um esforço neste fim de semana e botar para funcionar algo que me possibilite escrever aqui mesmo longe. A hipótese mais provável é que eu escreva no Palm, e após ligue este ao celular via Infra Vermelho e o Nokia mande um e-mail para um endereço constantemente monitorado pelo WordPress. Me parece possível, não me parece tão difícil, mas sinceramente me parece pouquíssimo prático.
Mas eu também não me satisfaço nunca!
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