A biblioteca…

No meu apartamento no Recreio dos Bandeirantes há dois quartos: o quarto do casal, e o quarto de visitas. O quarto de visitas funciona mais como um escritório e é onde tudo se entulha. Há computador, impressora, material de escritório, documentos, papéis a não ter fim e livros, muitos livros. Por baixo eu e Carol devemos ter juntos uns 300 livros, sem contar as revistas, que vão de National Geographic até quadrinhos. Está tudo entulhado em uma estante que não foi pensada para comportar tantos livros. A livralhada toda jogada e apertada na estante deixa o aspecto do escritório bem desarrumado. Temos um real problema de espaço. Com a possibilidade concreta de em um futuro próximo irmos parar em algum país da África, pensamos em “esvaziar” o escritório, ou ao menos deixá-lo mais arrumado. Além de jogar muita porcaria no lixo, precisamos arrumar melhor os livros, provavelmente em um móvel novo. Eu acho que o ideal é arruma um móvel com porta, para proteger os livros da poeira, que fatalmente vai acumular em um apartamento fechado.
 
Nesses momento de mudanças surgem algumas oportunidades de melhorar as coisas. Já há alguns anos que eu tinha a idéia de organizar a biblioteca, catalogar os livros no computador, até para se ter uma visão mais clara de tudo aquilo que nós temos. Mas a trabalheira danada e a falta de uma ferramenta que facilitasse a inserção dos dados de cada livro sempre me fizeram deixar isso pra lá. Hoje em dia há uma série de programas que automatizam esse trabalho ao máximo. Com o auxílio de um leitor de código de barras ou mesmo de uma webcam adaptada parar ler código de barras, é possível consultar a Amazon, a Biblioteca do Congresso Americano e tantas outras fontes, e pegar os dados dos livros. Se o livro não tem código de barras, os programas procuram pelo ISBN do livro e completam todas as informações básicas e em algumas vezes até mesmo a foto da capa do livro. Usa os serviços da megalivraria online Amazon ou de bibliotecas que liberam a pesquisa em seus bancos de dados através do protocolo Z39.50. Maravilhoso!

Mas nem tudo são flores. Apesar de termos acesso ao catálogo da Biblioteca Nacional online, nāo é permitido o acesso direto ao banco de dados. E entrei em contato com a BN por e-mail em 2006 perguntando pelo acesso:
Data: Sun, 25 Jun 2006 23:54:16 -0300
De: viniciusxp@…
Assunto: Fale Conosco
Para: pesquisa@bn.br

Mensagem: Gostaria de informações de como obter permissão para a
utilização do servidor que disponibiliza a visualização do acervo da
Biblioteca Nacional, através dos protocolos YAZ e Z39.50.

Está disponível o acesso para pessoa física?

Desde já agradecido,

Vinícius

A resposta veio depois de alguns dias:
Em 26/06/06, pesquisa@bn.br < pesquisa@bn.br> escreveu:
> Sua mensagem está sendo redirecionada para a Coordenadoria de Informação
> Bibliográfica.
> Atenciosamente,
> Eliane Perez
> Coordenadoria de Pesquisa

E essa mensagem ficou sem resposta… Acabou que fui para Angola, vim para a Tunísia e o assunto foi deixado para segundo plano…

Mas depois de ler uma entrevista no JB do Sr. Muniz Sodré, presidente da BN, , falando sobre a digitalização da Biblioteca, resolvi tentar novamente:
para: presidencia@bn.br
data:wpid-cleardot-2008-05-11-11-37.gif3 de janeiro de 2008 04:31
assunto: wpid-cleardot1-2008-05-11-11-37.gifAcesso informático à Biblioteca Nacional

Bom dia,

gostaria de obter uma resposta a esta solicitação, enviada ainda em
2006 à biblioteca. Tenho ainda interesse em obter o acesso ao banco de
dados da BN. Li em O Globo que o Dr. Muniz Sodré está trabalhando pela
digitalização do acervo.
É possível o acesso às pessoas físicas?

Agradecido,

Vinicius Provenzano

A resposta chegou alguns dias depois:
de wpid-cleardot2-2008-05-11-11-37.gifLiana Gomes
para wpid-cleardot3-2008-05-11-11-37.gifviniciusxp@
datawpid-cleardot4-2008-05-11-11-37.gif7 de janeiro de 2008 15:19
assuntowpid-cleardot5-2008-05-11-11-37.gifAcesso as bases de dados da Biblioteca Nacional
Prezado Senhor,
Vinicius Provenzano
 
Em relação a sua solicitação de acesso aos serviores de dados da BN através protocolo Z39.5, vimos informar que o acesso as bases de dados de imagens da BN Digital) estão disponíveis somente para consulta, não sendo permitido o download de registros.
Atenciosamente,
 
Liana Gomes Amadeo
Diretora do Centro de Processos Técnicos
Fundação Biblioteca Nacional

Não fiquei satisfeito com a resposta e liguei para a Diretora Liana Gomes Amadeo. A princípio me pareceu incomodada com minha solicitação, mas depois de entender melhor minha motivação se mostrou muito gentil e me explicou que a BN disponibiliza este tipo de pesquisa somente a algumas poucas instituições afiliadas/conveniadas. Percebi que havia uma preocupação em preservar a Biblioteca Nacional de ter seu banco de dados roubado, talvez por um Google qualquer. Não tendo o que mais discutir desliguei o telefone.

Como esse problema de organizar minha biblioteca é recorrente no meu caso, deve ser no caso de outros. E mesmo de verdadeiras bibliotecas, públicas e privadas, nas escolas e cidades por este país afora. Como seria mais prático ter acesso a esse acervo de forma mais simples!

A Biblioteca Nacional já tem o serviço funcionando. A página de catálogos consulta este serviço para exibir seus resultados. Mas este serviço deveria ser aberto ao público, preferencialmente de forma gratuita. Façam um espelho do banco de dados, vamos progredir!!!!!

Ministro Gil dá uma força aí!

Quem sabe um dia…

As férias acabaram mesmo!

Pois é, voltei ao trabalho na Tunísia. Queria eu dizer que com pique renovado! Essas férias foram de muito descanso e eu realmente estava precisando! Só que depois de três dias já estou quase pedindo arrego! Minha idéia de escrever um artigo por dia pelo menos para um dos blogs está indo rapidamente para o espaço!
Durante esses dias no Rio, comprei vários livros, e vocês podem seguir a velocidade da minha leitura na seção de livros aqui do blog! Foram 3 em menos de um mês. Na correria de fazer as malas e viajar acabei esquecendo o livro 100 melhores crônicas brasileiras em casa. Trouxe outros tantos comigo, mas ainda nem tirei da mala.

Eu tenho ouvido bastante Tim Maia depois que li o livro sobre ele. Fiquei curioso mesmo com algumas músicas, que não conhecia, e resolvi lembrar outra que fazia tempo não escutava. O legal mesmo é que o ivro tem um hotsite maneiríssimo, que só vim descobrir depois que já tinha lido o livro, onde é possível escutar mais de 100 músicas do Tim! Vale a pena fazer uma visita!