Minha experiência angolana ainda é pouca, mas de uma coisa tenho certeza, nem no sertão da Bahia, nem na obra em Duque do Castigo vi tanta terra e poeira (e quem conheceu um dos dois lugares pode atestar que não e mole não). Aonde quer que se vá ha núvens de pó se levantando, impossível não notar. O certo é que depois de uma semana eu já me acostumei a chegar em casa com uma camada de terra na cara.
A cidade de Luanda me pareceu tranquila, mas eu nunca vou ao centro, fico mais para a periferia da cidade. Para que gosta de Google Earth o escritório fica em um quartel militar nas seguintes coordenadas: 84°46Â’53.07Â’Â’ e 13°19Â’11.75Â’Â’.
Nosso “residence”, que não passa de um motel fuleiro, fica fora da cidade, na periferia também. A casa em si e agradável, mas é literalmente no meio do nada.
Sinto falta do café que tomava toda tarde na padaria. Aqui tem café bom no escritório, mas não é a mesma coisa.
Tenho tirado fotos, mas com a conexão discada daqui, melhor não tentar enviar. A Internet aqui esta ainda na idade da bolha (só quem viveu entende), apenasas casas ricas da cidade tem acesso a ADSL de 512Kbps, e ainda assim há bem pouco tempo. Parece que na Ilha de Luanda, um dos bairros mais chiques da cidade, há cybercafes com velocidade suficiente para mandar fotos, se eu pintar por lá envio algumas.
Aqui tudo é carissimo. É tudo cotado em dolar, e custa um absurdo! A maior parte dos bens de consumo (de qualidade confiável) são importados. Comprei uma lata de Ovomaltine no supermercado e paguei 1500 Kwanzas, algo como 19 dolares. Tudo bem que é o “Zona Sul” deles aqui, onde compram os expatriados e os angolanos ricos, mas no mercadão do povão nem se sonha com Ovomaltine. Minha sorte é que eu almoço no escritório e janto no residence (quando janto, senão tomo um maltine mesmo), com preços subsidiados pela empresa. Pelo menos isso!
Agora o que realmente me impressionou foi o trãnsito. Este povo é muito louco. Há engarrafamentos quilométricos, sem nenhuma lei. O povo entra na contra-mão, e onde há duas pistas, uma de ida outra de volta, se transforma em alguns momentos em pistas de quantos couber, com carros E caminhoes pelo acostamento, pelas calcadas, na contra mao, uma zona! Nunca vi algo assim antes! E depois dizem que os cariocas são barbeiros!
As vans aqui não são transporte alternativo, mas o verdadeiro meio de transporte. Pintadas de azuis, são chamadas de Kalangueiros, estão sempre superlotadas e fazendo bandalha. Aqui praticamente não tem onibus, então não há alternativa pro povão.
Vou tentar escrever com mais freqüência. Mas com a internet tão instável e de lascar…
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