Depois de ter visto o documentário “Falcão – Meninos do Tráfico” tentei entender um pouco do que acontece no meu “quintal”. Eu moro no Rio de Janeiro e apesar de ter uma idéia de que as coisas seriam como mostrado no documentário, nunca tinha parado para refletir realmente no poder do tráfico de drogas. Para mim tudo se resumia em usuário – ofertante – opressor, viciado – fiel – azul. Cortando uma ponta, desarticula-se o tráfico. Claro que eu estava errado.
Existe uma legião de crianças que serve de potenciais recrutas para o tráfico. Crianças na pré-adolescência gerando novas crianças, novos recrutas. É preciso ensinar as meninas a impedir a gravidez precoce, esquecer questões religiosas, e enfrentar este problema de forma séria. Não proponho esterilização em massa, mas estímulos governamentais, empresariais e humanos para que a miséria não seja terreno fértil para o crime.
É preciso também dar oportunidade para o jovem. Escola e saúde, são direitos básicos, não é tudo, e nem isso eles tem. Como absorver este jovem na sociedade, no mercado de trabalho, no Brasil?
Me pergunto na verdade se dado a quantidade de pessoas que vivem neste ambiente esquecido não seja esta a verdadeira sociedade, e não esta do poder constituído que mama nossos impostos de forma voraz e se esquece da grande maioria. Só se lembra da miséria na hora do voto.
O Brasil precisa ser repensado, isso é certo. E cabe a nós fazer a diferença, pelo menos no nosso cotidiano.
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