O site da CBN, seus podcasts… Uma opinião…

Eu gosto muito da CBN. Aqui na Tunísia eu ouço bastante a rádio via Internet e comecei a me interessar pelos podcasts da emissora. Acho muito importante a mídia “clássica” se adaptar à internet e usufruir dos vários novos canais de comunicação de forma inteligente. A CBN está bem nesse quesito, mas acho que peca em alguns pontos, talvez ainda por falta de tarimba no mundo dos bits e bytes.
A CBN fica hospedada no Globo.com, portal que peca demais em seus blogues (mais sobre isso em um próximo post). O site da CBN, pelo menos em princípio, não é um blogue. O conteúdo distribuído  é, em sua esmagadora maioria, áudio. A CBN (Central Brasileira de Notícias) é uma rádio premiada no jornalismo nacional e seu site distribui e reproduz conteúdo que foi ao ar na rádio. Na internet é fundamental o conteúdo. A CBN tem conteúdo de altíssima qualidade. Mas como disponibilizar esse conteúdo na internet de forma clara, fácil, inteligente e lucrativa? O site da CBN alcança seus objetivos? A única contribuição a que me permito é emanar minha opinião sobre como me sinto em relação a este site, que visito bastante e me permite estar mais próximo do Brasil.O design da página principal é bastante limpo. Tudo bem organizado em vermelho e branco, com poucas firulas e bastante informação, sem com isso criar confusão.
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A navegação é facilitada pela coluna esquerda, em vermelho, separada em “Comentaristas”, “Editorias”, “Especiais” e “Programas”. Esta coluna fica assim posicionada em qualquer outra página acessada dentro do site, e serve exatamente de guia de navegação para o internauta.Clicando em qualquer link da coluna “Comentaristas” somos levados a uma página com a foto do comentarista, o horário das suas intervenções na CBN e o título dos últimos comentários, bem como a data. Tudo no melhor estilo blogue, mas sem conteúdo escrito além dos títulos, só os enxertos da programação da rádio. Ao clicar nos títulos dos comentários abre-se um pop-up, e podemos ouví-lo. Tudo bem simples e rápido, ao menos para usuários Windows. E o pessoal do linux e o do Mac? Certamente será preciso configurar uma coisa aqui e acolá para fazer funcionar. Afinal a escolha pelo formato Windows Media Audio da Microsoft acaba por atrapalhar a vida dos não usuários de Windows.Mas, do ponto de vista do site, quais são as as críticas então?Principalmente a falta de intimidade com as ferramentas de internet à disposição.
 
 
 
Para  quem não sabe, um RSS feed nos permite que “assinar” uma página ou um blog. Recebemos o conteúdo novo assim que publicado, sem precisar ir diretamente à página, utilizando geralmente um software chamado de agregador, que pode até mesmo ser seu Navegador.Usando o Firefox ou no Safari, não aparece o ícone de RSS que permite assinar o feed da página. Este é um primeiro indício de que o feed está fora dos padrões habituais da internet. 

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Mas na própria página há um link que indica para um feed, o clássico botãozinho RSS laranja, meio escondido em uma barra de navegação (no alto e à esquerda).Se clicarmos ali, o agregador padrão (muitas vezes o Firefox) prontamente se coloca à disposição para criar um Favorito Dinãmico (no Firefox o Live Bookmark). Na verdade, quando assinamos o feed, descobrimos que o ícone mais engana do que funciona.
O Live bookmark criado pelo feed mostra todos os títulos dos comentários de cada autor. Mas, infelizmente, não é muito funcional pois distribui apenas os títulos, e não os comentários. Somos sempre forçados a visitar a mesma bendita página principal do comentarista, que é para onde o link que aparece nos feeds indica, e clicar para abrir o pop-up.Me parece uma estratégia para forçar uma  nova visita tentando aumentar o lucro com propaganda, ou aumentar os pageviews. Não sei o quanto lucra a CBN com o programa de propaganda do Google.
Eu acredito que é um grande desperdício essa utilização do feed. Poderia criar, para cada comentarista, um feed de poscast, e poderia-se se embutir propaganda no feed ou mesmo no áudio, com um modelo de negócios baseado patrocinadores (Como no podcast do Diogo Mainardi), anunciantes (na Rádio Lance!), ou quantidade de assinantes do feed ou de “ouvintes” na web.
A dinãmica de “Editorias”, “Especiais” e “Programas” é sempre a mesma. A única excessão é o “Fim do Expediente“, que nos leva para um blog “clássico”. E inclusive o RSS funciona perfeitamente, hospedado no globolog.Bem, sobre os podcasts da CBN, eles são divididos em: “Comentaristas”,”Política”,”Economia”,”Esportes”,”Fim de expediente”,”No divã do Gikovate”,”Saúde” e “Turismo e gastronomia”.
 Até pouco tempo atrás, havia um número menor de podcasts e a divisão era outra. Sem avisar nada, nem na página da CBN, nem no feed dos podcasts, nem no áudio. Eu só percebi que algo estava estranho quando o Arnaldo Jabor desapareceu do feed de política… Acabei por o encontrar no feed novo “Comentaristas”. Aqui novamente há pecados. Os podcasts não são “polidos”.
Uma abertura de 10 segundos, tipo: “Podcast Comentaristas CBN!” e um encerramento tipo “Patrocinado pela empresa tal de tal. Outros podcasts no site!”, certamente dariam um ar mais profissional à coisa. O conteúdo é ótimo. A forma deixa a desejar. Parece que foi feito tipo gravação em fita cassete de antigamente, corta pedaço de vinheta, se prolonga demais, não é feito com cuidado. É claro que estamos falando de um comentário, feito ao vivo no rádio, e reproduzido depois em formato podcast. Mas não se deveria jogar na rede o pedaço de áudio “largado”. Já houve vezes de ir ao ar trechos a mais, como se esquecessem de desligar o “gravador”. Agora, com a nova divisão, há ainda casos do mesmo comentário em mais de um podcast. Quem assina “Comentaristas” e “Política”, por exemplo, acaba com 2 arquivos iguais de comentários do Merval Pereira. Isso acontece com vários outro também.
Um podcast não precisa chegar ao público na mesma velocidade do rádio, são meios diferentes. É preciso um pouco mais de atenção ao detalhe.Falta um pequeno investimento para fazer deste conteúdo um grande produto. E com um grande produto em mãos os ouvintes ficarão mais satisfeitos e certamente a CBN terá mais uma fonte de receita.

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